Dicas Travessia da Serra Negra

Dicas Travessia da Serra Negra – encontre aqui tudo o que você precisa saber para realizar essa bela travessia, no Parque Nacional do Itatiaia.

Quando Ir

A temporada de montanhismo no Brasil se estende dos meses de abril a setembro, sendo a época mais indicada para qualquer investida na montanha.

Porém, quanto mais próximo do início e do fim da temporada, maiores as chances de precipitações.

No caso em questão, realizamos a travessia da Serra Negra no mês de agosto. O tempo não estava muito amigável mas a vontade de estar na montanha era maior.

Como não havia probabilidade de descargas elétricas e a precipitação seria muito pouca, apenas no período da tarde (momento em que já teríamos passado as lajes de pedra), decidimos prosseguir com nossos planos.

Considero os meses de junho e julho os melhores para ir à montanha, apesar de ser a época mais fria.

De qualquer forma, frio é o que nunca vai faltar na parte alta do Parque Nacional do Itatiaia, já que, durante todo o ano, apresenta temperatura baixas, sendo comum, no período do inverno (junho a setembro), deparar-se com termômetros abaixo de zero e com fenômenos como o da geada .

Assim, procure realizar a travessia da Serra Negra nos meses mais secos e, sempre, esteja preparado para encarar muito frio, não só a noite, mas também durante o dia.

Como Chegar

A travessia da Serra Negra tem início no Posto Marcão, portaria da parte alta do Parque Nacional do Itatiaia, localizada na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Quem parte de São Paulo ou do Rio de Janeiro deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até Engenheiro Passos/RJ (saída 330, para quem chega de São Paulo, e saída 330 A, para quem chega do Rio de Janeiro) e dali seguir por 26 Km, pela BR 354 (Rio-Caxambú), até a Garganta do Registro, no Km 0, local onde existem várias lojinhas comercializando pastéis, queijos, pamonha, doces, entre outras coisinhas.

Para quem parte de São Paulo, há também a opção de ir por Cruzeiro/SP (SP 052), mas o percurso é 20 Km mais longo que ir por Engenheiro Passos.

Na Garganta do Registro há uma estrada de terra que dá acesso à parte alta do parque. Siga por ela por aproximadamente 14 km e você chegará ao Posto Marcão.

Quem pretende utilizar ônibus para transporte, deve proceder da seguinte forma:

-> Partindo de São Paulo: embarcar no ônibus da Viação Cometa rumo a cidade de Itanhandu/MG . Em Itanhandu, pegar um transporte até a entrada do Parque (vide indicações abaixo).

-> Partindo do Rio de Janeiro: embarcar no ônibus da Viação Cidade de Aço rumo a Resende/RJ. Descer no Graal de Resende e lá pegar outro ônibus da mesma empresa, que faz o trajeto Resende – Caxambu. Descer na Garganta do Registro, e pegar um transporte para o Posto Marcão (vide indicações abaixo)

Onde Ficar

Se você irá enfrentar uma longa viagem para chegar ao Parque Nacional do Itatiaia é aconselhável que faça um pernoite antes de iniciar a travessia, em local próximo à Garganta do Registro.

Sempre que vou àquela região costumo me hospedar no Hostel Picus, do Felipe Guimarães, porém, desta vez, pernoitei com o grupo na Estalagem Pintassilgos, por indicação de uma amiga.

Os dois lugares são ótimos para descansar antes da travessia, sendo o Hostel Picus o mais barato e mais próximo à Garganta do Registro.

Veja abaixo mais detalhes sobre cada um deles e decida qual satisfaz melhor as suas necessidades.

-> Hostel Picus

Hospedagem a 5,7 km da Garganta do Registro
Localização: às margens da BR 354 (Rio – Caxambu), entre o KM 768 e 769
Tipo de hospedagem: albergue
Diária em quarto coletivo: R$ 50,00 por pessoa
Camping : R$ 30,00 por pessoa.
Café da manhã: R$ 25,00 – necessário solicitar com antecedência
Estacionamento: R$ 10,00 por dia por carro (não cobram quando o grupo é grande)
Banho após a travessia: R$ 15,00 por pessoa
Cozinha com utensílios

-> Estalagem Pintassilgos

Hospedagem a 10 km da Garganta do Registro
Localização: às margens da BR 354 (Rio – Caxambu) , no KM 764
Tipo de hospedagem: casa em sítio
Diária em casa: Casa Canário – R$ 340,00 a casa, para até 5 pessoas. Acima de 5, e até 11pessoas, é cobrado R$ 40,00 por pessoa a mais.
Café da manhã: R$ 19,00
Estacionamento: R$ 5,00 por carro, por dia.
Banho após a travessia: R$ 10,00
Cozinha com utensílios

Onde Comer

Terminamos a travessia da Serra Negra na Cachoeira Santa Clara – localizada na Vila de Maromba – onde combinamos de esperar o nosso resgate.

No caminho até la, já varados de fome, vimos uma placa informando que, alguns quilômetros à frente, vendia-se truta. Nessa hora eu olhei para o Bruno, o Bruno olhou para mim e não tivemos dúvida. “Vamos lá comer essa truta”

A nossa história com a truta datava de dois meses atrás, quando fomos fazer a travessia Marins-Itaguaré, e o sr. Dito do Refúgio Marins nos disse que teríamos truta no almoço, no dia que finalizaríamos a travessia. Imagina no que mais pensamos quando estávamos com fome, durante essa caminhada? Truta, é claro. Porém, alguns percalços do caminho nos fizeram concluir a travessia um dia depois do planejado e perder a tão aguardada truta.

Não podíamos perder essa oportunidade de comemorar a conclusão da travessia da Serra Negra, comendo uma boa truta, em homenagem à truta do Sr. Dito. Conversamos, então, com o grupo, e, todos de acordo, lá fomos nós, com o Sr. Amarildo (que fazia nosso resgate) atrás dela.

Como já tinha passado e muito da hora do almoço, a maioria do lugares não estavam mais servindo, mas acabamos encontrando um restaurante muito bom , chamado Restaurante Renascer, localizado na Pousada Sol Nascente, no centro da Vila de Maringá, a 3 Km da Vila de Maromba, onde nos foi servida uma deliciosa truta, com acompanhamentos, por menos de R$ 20,00. Perfeito!!

Restaurante Renascer (na Pousada Sol Nascente)
Estrada Mauá x Maromba – Centro de Maringá – Itatiaia – RJ
Reservas: (24) 3387-1490 / (24) 3387-1703 / WhatsApp (24) 9 9825-0217
E-mail: pousadapsn@bol.com.br

Transporte / Resgate

Contratamos o Sr. Amarildo para fazer o nosso resgate na travessia da Serra Negra.

No primeiro dia da travessia ele nos pegou no local em que pernoitamos (Estalagem Pintassilgos) e nos levou até o Posto Marcão, e, no último dia da travessia, nos buscou na Cachoeira Santa Clara, na Vila de Maromba.

O Sr. Amarildo é um excelente motorista e tem se tornado um amigo, de tantos resgates que tem feito para o nosso grupo. Muito responsável e atencioso, sempre chega com bastante antecedência nos pontos de encontro, com a sua Kombi, que comporta no máximo 8 passageiros e as mochilas cargueiras. O valor cobrado foi de R$ 450,00 por Kombi (tivemos que contratar duas Kombis porque estávamos em 10 pessoas)

Na região, indico também para resgate o Sr. Mariomilton (possui van) e a Patrícia Ester (possui uma 4×4). A Patrícia nunca contratei, mas tive indicações de amigos.

Seguem dados para contato:

-> Amarildo: (35) 99934-7249 Vivo – Whatsapp / (35) 99129-7522 Tim

-> Mariomilton: (35) 99252-6934 Whatsapp

-> Patrícia Ester: (35) 99133-7585 Whatsapp

Ingressos

O valor do ingresso do Parque é de 17,00 para brasileiros.

Para visitas ao parque que durem mais de um dia é cobrado mais 50% do valor do ingresso por cada dia a mais, desde que feriado ou final de semana.

Como fizemos a travessia da Serra Negra em 2 dias, o valor total do nosso ingresso ficou em R$ 25,50 por pessoa (17,00 + 8,50).

Para mais informações acesse o Guia do Visitante do Parque Nacional do Itatiaia

Pontos de Água

-> Primeiro dia – 10 pontos de água

– Cachoeira 5 Lagos
– Rio Aiuruoca – no Vale do Aiuruoca
– Cachoeira do Aiuruoca
– Dois pontos próximo a Invernada
– Cabanas Cabeceira do Aiuruoca
– Três pontos após a Cabeceira
– Pousada Serra Negra

-> Segundo dia dia – 2 pontos de água

– Pousada Serra Negra
– Cachoeira Santa Clara

Apesar de ter encontrado tracklog indicando dois pontos de água, após a subida da Misericórdia, no segundo dia, não avistei nenhum deles.

Todos os pontos de água que encontrei durante a travessia masquei no meu tracklog.

Áreas de Camping

Conforme regulamento do parque as áreas de pernoite da travessia da Serra Negra podem ser as Cabanas Cabeceira do Aiuruoca ou a Pousada Serra Negra.

No entanto, quando chegamos ao Posto Marcão nos foi informado que não poderíamos acampar nas Cabanas, apenas ficar em seu interior, já que haveria banheiro, e, para isso, teríamos que ter comunicado o proprietário.

Informei que todos do grupo estavam com Shit tubes, então, se o problema era banheiro, estava resolvido. Mas, o guarda parque insistiu em afirmar que não era permitido acampamento naquela área e nos orientou a seguir até a Pousada Serra Negra, o que foi feito.

De qualquer forma, acredito que o regulamento do parque deveria ser mais claro quanto a isso, já que não há informação expressa sobre proibição de acampamento nas Cabanas Cabeceiras do Aiuruoca, o que induz as pessoas a erro, como efetivamente ocorreu conosco.

A Pousada Serra Negra pertence a Dona Sonia e possui camping, chalés e quartos coletivos, bem como um pequeno restaurante, e banheiros com água quente. Muita mordomia para quem só procurava o conforto da própria natureza. Mas, fomos tão bem recebidos, tão bem tratado pela família da Dona Sônia, especialmente pelo menino Gilson, que nossa frustração de não fazer camping selvagem, como planejamos, rapidinho se esvaiu.

Abaixo, números de contato para informações e reservas:

-> Cabanas Cabeceira do Aiuruoca – (24) 3387-1433 / (35) 99178-3782 (Marinalva)

-> Pousada Serra Negra – (35) 9733-5066 / (35) 99965-6515 (Sônia)

Orientação

A trilha é, em geral, bem demarcada, mas possui algumas bifurcações onde é preciso saber por onde seguir. Assim, tome cuidado nesta partes. Confira sempre o GPS.

Se você não sabe se guiar por um GPS, ou mapa, contrate um guia.

Já utilizei, antigamente, os serviços do Guto Guia (Mountain Trekkers Aventuras) no Parque Nacional do Itatiaia e na região da Serra Fina e recomendo muito. O Gutão é super responsável e atencioso com seus cliente. Não tenho ideia de quanto ele cobra para guiar a travessia da Serra Negra, mas entre em contato que, certamente, ele terá um precinho camarada.

Guto Guia – Mountain Trekkers Aventuras
gutoserrafina@gmail.com
www.facebook.com/pg/MountainTrekkersAventuras

Regras Para Realização da Travessia da Serra Negra

Conforme Regulamento do Parque Nacional do Itatiaia, deverão ser observadas algumas regras para a realização da Travessia da Serra Negra, dentre as quais:

1. Solicitar autorização para realizar a travessia através do seguinte link: www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/reservas, com antecedência mínima de 7 (sete) dias corridos em relação à data pretendida e antecedência máxima de 30 (trinta) dias.

2. Após analise do pedido de autorização, será enviado e-mail autorizando ou não a execução da travessia, sendo permitido apenas 40 (quarenta) pessoas/dia (cada solicitação de autorização comporta no máximo 13 pessoas). Essa autorização deverá ser entregue no Posto Marcão, antes do início da travessia, momento em que será fornecido um cartão de controle ao responsável pelo grupo.

3. O início da travessia deverá ocorrer até às 10:00 horas, no sentido Posto Marcão – Vale de Santa Clara, podendo ser realizada em um só dia, ou em 2 dias, com pernoite nas Cabanas Cabeceira do Aiuruoca ou na Pousada Serra Negra (também conhecida como Pousada da Sônia).

4. Ao final da travessia o responsável do grupo deverá depositar o cartão de controle, (entregue no início da travessia, pelo Posto Marcão) na urna existente no Posto do PNI em Visconde de Mauá ou entrar em contato com o parque por telefone ou por email (reservas.pni@icmbio.gov.br), avisando de sua saída.

Grau de Dificuldade

Considerei a travessia da Serra Negra de grau difícil devido as grandes distâncias percorridas por dia. Caminhamos 18 Km no primeiro dia e 13 Km no segundo.

A primeira parte da trilha, do Posto Marcão ao Campo Invernada é bem tranquila. O perrengue vem depois, com a trilha lamacenta e escorregadia após esse local, que dificulta a caminhada, fazendo-nos gastar muita energia para continuar em pé.

Devido a isso, e após vários tombos, chegamos às Cabanas Cabeceiras do Aiuruoca bem esgotados, mas tivemos que prosseguir por mais 5 Km até a Pousada Serra Negra.

No segundo dia, logo de cara, enfrentamos a subida do Morro da Misericórdia, a qual, apesar de pesada, não sentimos muito, pois nos alimentamos bem no café da manhã. Após essa subida a trilha se torna plana e depois vira uma interminável descida, que destrói os seus joelhos.