Travessia da Juatinga

Relato da Travessia da Juatinga realizada em 3 dias, com início na Praia do Pouso da Cajaíba e fim na Vila Oratório, passando pelas praias de Martim de Sá, Saco das Enchovas,  Cairuçu das Pedras, Ponta Negra, Galhetas, Antiguinhos, Antigos, Sono e Cachoeira do Saco Bravo. De grau difícil oferece certa dificuldade quanto a orientação no trecho entre Martim de Sá e Ponta Negra, apresentando algumas bifurcações.


Praia de Cairuçu das Pedras avistada do camping do Sr AplígioLocal: Reserva Ecológica da Juatinga – Paraty
Data: Março/2016
Percurso: Pouso da Cajaíba – Vila Oratório
Distância: 35 Km
Tempo: 3 dias
Participantes: Keila Beckman, Andreina dos Santos,Ivanildo Mendonça Leonardo Bacellar, Davi Tostes, Isabel Macedo e Renan Cavichi
Grau de dificuldade: Difícil


1° Dia: Pouso da Cajaíba – Cairuçu das Pedras

No ônibus de Paraty para Paraty-Mirim rumo à travessia da juatinga
Ônibus de Paraty para Paraty-Mirim

Chegamos a Paraty na noite anterior e pernoitamos na Pousada Marendaz (R$ 50,00 com café da manhã incluso – servido as 8:00), que fica a cerca de 200 metros da Rodoviária.

No dia da travessia da Juatinga, acordamos bem cedo e nos dirigimos à rodoviária de Paraty, onde compramos o nosso café da manhã (café com leite + pão de queijo), por cerca de R$ 5.00,  e embarcamos, as pressas, as 6:30 no ônibus que nos levaria até Paraty-Mirim (R$ 3,40).

Chegamos a Paraty-Mirim após 30 minutos e encontramos com o barqueiro Quino que nos levaria  de “lanchinha”  até a Praia do Pouso da Cajaíba (R$ 50,00/ pessoa).

Reservei o barco com o Sr. Quino com antecedência, via Whatsapp (24 99859-2664), tendo sido muito fácil o contato com ele, o qual sempre respondeu todas as minhas dúvidas com rapidez. Ponto positivo para o Sr. Quino (obs: reservamos o barco por precaução, pois era feriadão, mas quando chegamos em Paraty Mirim haviam vários barcos a disposição).

Navegando na baía de Paraty rumo a Pouso da Cajaíba
Navegando na baía de Paraty rumo a Pouso da Cajaíba

No momento da reserva o Sr. Quino me informou que o barco era uma “lanchinha”, mas não imaginava que seria tão “inha” assim.

Sou muito medrosa quando o assunto é água, pois não sei nadar. Então, quando vi que iríamos em um barco tão pequeno, fiquei meio receosa.

Quando fiz a travessia da Juatinga, pela primeira vez, em 2013, partimos direto de Paraty rumo a Pouso da Cajaíba, em um barco maior. Na oportunidade passei o maior medo da minha vida, até então. O mar  se encontrava meio agitado e o barco onde estávamos parecia que, a qualquer momento, ia ser engolido por ele.  Só lembro de ter entrado num “quartinho” que tinha lá, para me “proteger”  e só sai de lá quando chegamos.Foram longas e tenebrosas 2h30min. Sim, de Paraty direto à Pouso da Cajaíba o barco leva cerca de 2h30min. Uma viagem  extremamente cansativa e enauseante. Porém, de lancha a viagem fica mais rápida . Só que uma lancha  (lancha normal, não “inha” como a nossa) custa R$1.000 (verifiquei o preço no corrente ano, com um dono de lancha). Sem chance !!

Ante a minha experiência anterior, decidi, juntamente com o grupo, não partir direto de Paraty, mas de Paraty-Mirim, para encurtar o tempo de viagem de barco até Pouso da Cajaíba. E como encurtou.

Com a “lanchinha” do Sr. Quino a nossa viagem de Paraty-Mirim à Pouso da Cajaíba durou apenas 20 minutinhos .

A única coisa que me desagradou nessa breve viagem de barco foi a inexistência de coletes salva-vidas. Ponto negativo para o Sr. Quino. Exija colete, sabendo você nadar ou não. É a sua segurança que está em jogo.

Pois bem… o objetivo do primeiro dia da travessia da Juatinga  era acampar na praia de Cairuçu das Pedras,  a fim de encurtar o segundo dia de caminhada, que seria o mais puxado, e evitar a muvuca do camping de Martim de Sá , que fica muito lotado em feriados. Apenas almoçaríamos em Martim de Sá, e curtiríamos um pouco a praia antes da nossa partida para Cairuçu.

Iniciando a travessia na praia do Pouso da Cajaíba
Praia do Pouso da Cajaíba

Iniciamos o primeiro dia da travessia da Juatinga na praia do Pouso da Cajaíba, as 9:00 horas, num dia meio nublado, que não deixou transparecer toda a beleza das águas esverdeadas dessa linda praia.

A trilha tem início no final da praia do Pouso, à direita (há uma placa indicando o caminho) e segue por entre as casas dos caiçaras, até iniciar uma forte subida, após a qual segue em declive até a praia de Martim de Sá.

Levamos cerca de 1h45m  para percorrer esse trecho de  4,5 km, encontrando com 2 pontos de água pelo caminho (pontos marcados no tracklog).

Água azul e areia banca na Praia de Martim de Sá
Praia de Martim de Sá

Chegando em  Martim de Sá, trocamos de roupa, reservamos nosso almoço para 1 hora depois, num modesto “restaurante” de lá, e logo partimos para um merecido mergulho .

Ao contrário da primeira oportunidade em que estive em Martim de Sá, não senti muita hospitalidade por lá dessa vez. O Sr. Maneco e sua grande simpatia não se encontravam no camping. Havia apenas um homem carrancudo tomando de conta do local, o qual  ficou o tempo todo no nosso pé, enquanto estávamos num canto do camping, trocando de roupa.

Ele falou que não podíamos ficar ali, porque podia chegar alguém querendo acampar naquela área em que estávamos.

Não íamos utilizar o camping e estávamos na área dele, eu sei, mas só estávamos trocando de roupa. Já íamos sair. Precisava ficar praticamente enxotando a gente de lá?  Enfim… quando você chegar a Martim de Sá, e não for acampar lá, passe direto para a praia, ou peça para deixar a sua mochilas no restaurante que vc vai almoçar. Evite transitar no meio do camping, que, pelo visto, eles não gostam muito.

Existem 3 “restaurantes” no camping de Martim de Sá  (ou “Camping do Sr. Maneco”) e 2 banheiros com sanitário e chuveiro de água fria. Há também uma  “cozinha ”  para ser utilizada pelos campistas.

Bom, após nos refrescarmos e brincarmos uns minutinhos em um  slackline que tem por lá, voltamos ao restaurante que reservamos nosso almoço,  almoçamos (PF:R$ 20,00; água mineral gelada 1,5L: R$ 7,00  ), fizemos uma bela sesta e por volta das 14:00 retomamos nossa caminhada até Cairuçu das Pedras, onde pernoitaríamos.

Seguimos até o final da praia (lado direito de quem olha para a o oceano) e ali pegamos a trilha que leva à praia de Cairuçu das Pedras .

Existe uma outra trilha (que é aquela que você chega em Martim de Sá, vindo de Pouso da Cajaíba), por onde também é possível continuar a caminhada para Cairuçu. Porém, essa trilha não passa no Saco das Enchovas, e, pelo o que li, é mais puxada que a trilha que segue  pelo final da praia de Martim.

Iniciada a trilha no final da praia, subimos um pequeno morro, atravessamos um riacho, subimos outro pequeno morro e logo chegamos a uma bifurcação .

Nessa bifurcação podíamos virar a esquerda (seguindo por debaixo de uma grande pedra que tem por lá) ou seguir em frente, atravessando outro  riacho.

Me recordei perfeitamente que, quando fiz a travessia em 2013, passamos por debaixo daquela grande pedra, porém, parecia que se seguíssemos por ali íamos dar direto no mar (a maré estava  meio alta aquela hora), então seguimos reto, pois era a direção que o GPS indicava, apesar de não estarmos perfeitamente dentro do trajeto.

Atravessamos então o rio e pegamos a trilha que estava logo em frente mas, a poucos metros, a trilha se fechou e tivemos que voltar à bifurcação.

Retornando ao rio (ponto da bifurcação), enquanto os meninos tentavam encontrar a trilha, eu olhava para a grande pedra com um vão no meio, olhava em direção ao mar, olhava as pedras a sua beira, e tinha convicção que o caminho era aquele mesmo.

Segui então sozinha por debaixo da pedra, atravessei o rio e logo verifiquei, do outro lado, que realmente a trilha seguia por ali.

Chamei o pessoal e seguimos pelo Saco das Enchovas,  escalaminhando uma rocha bem grande que havia no meio do caminho.

Vista do litoral do Saco das Enchovas
Saco das Enchovas

Nesse trecho caminha-se sobre pedras as margens do oceano, até encontrar-se novamente a trilha no meio da mata

Seguimos por essa trilha até encontramos uma segunda bifurcação, onde seguimos pela trilha da esquerda, que estava muito bem demarcada mas, após andar um bocado, verificamos que estávamos completamente fora da trilha.

Litoral da Ponta da Juatinga avistado da trilha da travessia
Litoral da Ponta da Juatinga

As trilha dos dois  tracklogs que estavam no GPS estavam bem mais a esquerda, porém, a trilha que estávamos seguindo se encontraria com elas mais adiante, num mesmo ponto.

O pessoal decidiu, então, continuar por aquela trilha mesmo, apesar da minha relutância,  e logo verifiquei que a decisão foi acertada, pois aquele trecho da trilha era muito mais tranquilo (praticamente reto o tempo todo), comparado ao outro trecho que eu havia feito em 2013 (que é o mesmo do tracklog que estávamos seguindo). Em pouco tempo entramos novamente na trilha “certa”.

Mais adiante, chegamos a terceira bifurcação , onde encontramos uma placa  escrito “Cairuçu” e apontando em frente, no entanto o tracklog do GPS mandava descer a trilha da esquerda, que em 80 metros estaríamos em Cairuçu.

Nessa hora o grupo estava dividido. Alguns estavam mais adiante, e por verem a placa, continuaram a trilha em frente .

Analisando o GPS verificamos que as duas trilhas dariam em Cairuçu, mas a trilha para a qual a placa indicava era mais longa. Gritei então ao Renan, que era a pessoa mais próxima a minha frente, para avisar ao pessoal que retornassem.

Eu não sabia quão adiantado o pessoal da frente estava, quando pedi para voltarem para seguirmos pela trilha mais curta, mas pelo o que pude perceber eles  já estavam bem a frente pois demoraram um certo tempo para juntarem-se a nós.

Talvez, para eles, nem tenha sido interessante voltar. Talvez tivesse sido melhor eles continuarem a trilha em que estavam até a bifurcação que levaria à Cairuçu. Mas aí passa um monte de coisa pela cabeça, tipo, “e se eles não verem a bifurcação e passarem reto para Ponta Negra?”. Preferi não correr o risco.

Grupo reunido, seguimos pela trilha a esquerda da bifurcação e logo estávamos em Cairuçu.

No entanto, descobrimos na prática o motivo da placa apontar para a frente (trilha mais longa) e não para a trilha a esquerda na bifurcação (mais curta).

A descida até a praia de Cairuçu pela esquerda começa como uma simples trilha, um pouco mais inclinada, mas em certo ponto começa-se a andar sobre grandes rochas, muito lisas devido a proximidade com o mar.

Tivemos que passar com muito cuidado nesse trecho, e em certo ponto até fui escorregando de bunda na pedra molhada, já que meu short causava um atrito maior com a pedra, o que não estava acontecendo com minha bota, que parecia estar pisando em uma pedra ensaboada.

Quando chegamos à praia de Cairuçu, após cerca de 5 km, percorridos em 2 horas de caminhada,  deixamos nossas mochilas no “deque” em frente a uma casa caiçara (que alias vende PF por R$ 25,00  e refrigerante por R$ 5,00 a lata – em 2013 não vendia nada lá) e fomos para a piscina, quase natural,  da praia.

Piscina de Cairuçu das Pedras avistada do deque suspenso
Piscina da praia de Cairuçu das Pedras

Depois de um relax ali, voltamos à casa caiçara, pegamos nossa mochilas e subimos o pequeno morro que levava ao camping do Sr. Aplígio ( custa R$ 20,00/pessoa e possui apenas um banheiro com sanitário e chuveiro de água fria, uma pia de lavar louça e uma mesa de madeira).

Montadas as barracas, banhos tomados, jantamos, conversamos um pouco e fomos dormir.  Não demorou muito,  começou  a chover. Chuva que durou toda a noite.

Durante a trilha entre Martim de Sá e Cairuçu, passamos por 2 pontos de água: um após o Saco das Enchovas e uma entre a terceira e a quarta bifurcação (pontos marcados no tracklog).

Distância: 9,5 km
Tempo: 4 horas aproximadamente
Nível: moderado

2° Dia: Cairuçu das Pedras – Ponta Negra

Praia de Cairuçu das Pedras avistada do camping do Sr Aplígio
Praia de Cairuçu das Pedras

O dia amanheceu cinzento, ainda com alguns pingos de chuva, mas assim que acordamos o chuvisco cessou.

Desarmamos as barracas, tomamos um bom café da manhã e por volta das 8:15, sob um dia bastante nublado, demos início a mais um dia de caminhada da travessia da Juatinga, rumo a Ponta Negra, por uma trilha existente a frente da casa do Sr. Aplígio, que segue praticamente reta até uma bifurcação, onde a direita se encontra a trilha que vai para Pouso da Cajaíba (trecho que não percorremos no dia anterior) e a esquerda a trilha que leva à Ponta Negra.

Não demorou muito, o terreno foi ficando cada vez mais íngreme e a floresta cada vez mais abafada e quente, apesar do dia nublado.

Como no dia anterior, eu fui mais atrás nos meus passos “devagar e sempre”, com Ivan me fazendo companhia, como de costume.

Num determinado momento da grande subida passei a ver o Leo a minha frente, bem mais lento . Quando cheguei até ele percebi que estava bem desgastado.

Ele iniciou a trilha seguindo o ritmo dos mais fortes e acabou se desgastando muito rapidamente.

Como ele está começando no mundo das travessias e pela minha pequena experiência em caminhadas em grupo, dei um toque para ele explicando que não é necessário caminhar no ritmo dos mais fortes; que ele deve seguir o próprio ritmo. Isso não só torna a caminhada muito mais tranquila e agradável, mas também deixa você mais inteiro para o resto da trilha.

Enfatizei ainda que seguir o próprio ritmo não significa que você ficará para trás sozinho, porque sempre terá alguém, olhando por você.

Aquela subida era forte, mas a dificuldade maior desse trecho não era seguir por horas em um aclive acentuado (se você está acostumado a subidas longas), mas ter que suportar por todas essas horas o bafo quente que impregnava o ambiente e que nos fazia perder, muito rapidamente, todo o líquido que ingeríamos, deixando-nos desidratados e, por consequência, mais desgastados fisicamente.

Quando estávamos próximos de finalizar aquele dia de caminhada, Tostes veio até mim e disse que o pessoal estava a fim de atacar a Cachoeira do Saco Bravo, antes de descer para a praia.

A cachoeira não estava, inicialmente, em nosso planejamento, porém, como alguns ainda não  a conheciam e tinham vontade de conhecer a acrescentamos no nosso roteiro. Porém a ideia inicial era só fazer essas trilha no dia seguinte, já que se tratavam de mais algumas horas de trilha, não mais alguns minutos.

Se todos estão bem fisicamente, não vejo problemas algum em se emendar um ataque a cachoeira, porém,  em nosso grupo nem todos estavam. Leo estava muito desgastado e eu bem cansada.

Falei então para eles ficarem a vontade de seguirem até a cachoeira, mas que eu (acredito que o Leo também) desceria para a praia porque estava muito cansada  e fui surpreendida com um  “o pessoal só vai se vc for”.

Conversei com o Leo e ele disse que se fizéssemos uma boa pausa para descansar e almoçar talvez ele conseguisse se recuperar e podíamos seguir para a cachoeira. E assim foi.

A fim de repor as energias, tirei o fogareiro da mochila, fiz dois miojos que o Tostes me deu e dividi com o Leo.  Me senti muito bem depois, revigorada, com mais energia  e mais bem disposta.

Perguntei ao Leo se ele tinha conseguido se recuperar e ele disse que não mas,  como também queria conhecer  a cachoeira, seguimos para a trilha ainda assim, por volta das 12:40.

Pensamos, num primeiro momento, em deixar as mochilas escondidas no mato, mas  acabamos pedindo para deixar na casa de um morador de lá (casa do Paulinho, 24 99906-9779 ), que fica bem no inicio da primeira subida da trilha que leva à Cachoeira do Saco Bravo.

Logo na primeira subida o Leo sentiu bastante . Ivan e eu pedimos para o grupo continuar que esperaríamos o Leo se recuperar um pouco antes de prosseguirmos.

Eu consegui me recuperar rápido após nosso pequeno almoço, mas o Leo não. Ele ainda estava mal e seguiu por toda a trilha assim.

Partiu meu coração ver o quanto aquela trilha estava sendo sacrificante para o meu amigo. Era para ele estar curtindo, mas estava sendo mais uma superação de limites do que qualquer outra coisa.

Fiquei muito mal com isso. Deveria ter descido à praia com ele. Sei que se eu tivesse descido ele teria descido também. Mas acabei fazendo uma má escolha.  E não culpo ninguém por isso. Quando você aceita seguir a trilha de outra pessoa aquela passa a ser a sua trilha e o único responsável por ela é você mesmo.

Chegamos à cachoeira por volta das 15:15, após percorrer  aproximadamente 5 km de trilha,   durante 2h35m, desde o ponto em que paramos para almoçar.

Mirante da Cachoeira do Saco Bravo
Cachoeira do Saco Bravo

Não me animei em descer até o poço da cachoeira. Além de não ter curtido aquela trilha pq estava cansada e por tudo o que vi o Leo passar nela, não queria dar trabalho ao Ivan para descer todas aquelas pedras cheias de fendas =Z . E eu sei que daria trabalho, porque ainda não consegui me livrar desse medo que me paralisa. Então não fui. Fiquei lá em cima fotografando e apreciando a paisagem enquanto Ivan e Leo desceram para dar um merecido mergulho junto com o pessoal, que já estava por lá, se refrescando nas águas da Cachoeira do Saco Bravo.

Li em algum lugar que aquele local era muito perigoso; que caiçaras já relataram que ondas chegaram até o poço e carregaram para o mar pessoas que lá estavam.  Não sei se isso é boato ou se é verdade, mas aconselho a sempre ficar de olho no mar e não se arriscar indo muito na beirada ou passando pelo fio de água que escorre para o mar, onde muitos passam andando, correndo o perigo de escorregar e perder a vida por um descuido bobo.

Deixando os “causos” de lado, após o pessoal curtir um pouco a cachoeira, as 15:45 já estávamos de novo na trilha, retornando à  casa do Paulinho, onde chegamos já a noite (em torno das 18:15 horas), após um lindo pôr do sol.

Pôr do sol em Ponta Negra visto da trilha da Cachoeira do Saco Bravo
Pôr do sol em Ponta Negra

Pegamos nossas mochilas, demos  ao Paulinho R$ 40,00 em agradecimento, e partimos em direção a praia de Ponta Negra a procura de um camping.

O primeiro camping por qual passamos foi o do Ismael (a direita da trilha). Tivemos que dar meia volta pois já estava lotado.

Um pouco mais a frente, a esquerda, encontramos o Camping do Lelei, que também já estava lotado.

Sobrou-nos, então, apenas 1 opção: o Camping da Branca, que ficava no alto do Morro, mas que certamente também já estaria lotado.

Decidi então, antes de ir até lá, verificar com o pessoal do bar a beira da praia se eles conheciam algum lugar que pudéssemos acampar e fui atendida pelo Sr Lelei (dono do camping por qual passamos), que nos atendeu, com a maior simpatia, falando para não nos preocuparmos que iria arrumar um lugar para nós. E realmente ele arrumou um lugarzinho, no quintal de uma casa (valor cobrado: 25,00/pessoa)

Depois de armarmos as barracas e tomarmos um banho  fomos jantar no Bar do Lelei (PF: 30,00).

Antes disso levantou-se a hipótese de partirmos logo cedo para a Praia do Sono, porém não concordei com a mudança no planejamento dessa vez. Queria acordar sem pressa, curtir a manhã na praia e só depois do almoço partir para o final da travessia, afinal merecíamos um descanso após um dia tão puxado.

Nessa noite estava tendo um festival de cinema nas areias da praia de Ponta Negra. O pessoal adorou e ficou por lá curtindo, após o nosso jantar.

Como eu estava com muita dor nas costas naquele momento, não me animei a ficar por ali, e acabei indo deitar cedo.

Foi um dia muito puxado da nossa travessia da Juatinga, onde andamos pouco mais de 16 km, durante 10 horas de trilha, com breves paradas para descanso, tendo encontrado pelo caminho 3 pontos de água entre Cairuçu e a bifurcação para a cachoeira do Saco Bravo e 6 pontos de água na trilha que leva a esta (pontos marcados no tracklog).

Distância com cachoeira: 16,5 Km
Tempo: 10 horas aproximadamente

3° Dia: Ponta Negra – Vila Oratório

Mar verde e areia alaranjada na Praia de Ponta Negra
Praia de Ponta Negra

Acordei as 9:15 da manhã e  a primeira coisa que fiz foi olhar para fora da barraca. Estava um dia lindo. Não vi a barraca do Renan. Logo imaginei que ele tinha levantado acampamento e ido para a praia.

Não queria ter dormido tanto, para aproveitar mais a manhã em Ponta Negra, mas estava tão cansada que acabei dormindo além da conta.

Assim que levantei arrumei minhas coisas  e fui até a praia com a Dri onde encontramos com o Renan e o Leo no bar do Lelei e  tomamos um café da manhã  por R$ 6,00 (café com leite + pão com manteiga na chapa) .

Quando o resto do grupo se juntou a nós partimos para a água e lá ficamos por umas 2 horas só no relax.

Fiz alguns clique e por volta das 12:00 pegamos nossas coisas no camping e fomos até o bar do Teteco (ao lado do Bar do Lelei) almoçar , antes de partirmos para o trecho final da trilha.

Troupe almoçando no Bar do Teteco
Bar do Teteco

As 14:00,  iniciamos o trekking até a Vila Oratório, onde terminaria a nossa travessia da Juatinga.

A travessia da Juatinga segue morro acima, nos fundos do camping da Dona Branca, e desce em direção a praia de pedras de Galhetas onde chegamos após cerca de  25 minutos .

Praia de pedras de Galhetas
Praia de Galhetas

Atravessamos a ponte suspensa sobre o rio que deságua na praia de Galhetas e seguimos novamente morro acima e, posteriormente, morro abaixo até a bifurcação que leva,  à esquerda, a Praia dos Antiguinhos , onde chegamos as 15:00 , após cerca de 3 Km, desde Galhetas.

Sombra e mar agitado na pequena praia de Antiguinhos
Praia de Antiguinhos

Demos apenas uma passada rápida para ver a praia e logo retornamos à trilha , chegando a praia dos Antigos,  após cerca de 10 minutos de caminhada (trecho de 0,300 Km).

Sombra e mar agitado na praia de Antigos
Praia de Antigos

De Antigos à Praia do Sono foi outro pulo de 1,5 km, percorrido em 35 min.

No final da trilha de Antigos à Praia do Sono demos de cara com um lindo riozinho verde no meio do caminho, onde tivemos que tirar as botas para atravessá-lo, erguendo  as mochilas um pouco, para não molhá-las.

Rio atravessado, mochilas na areia, alguns foram direto para o mar enquanto outros preferiram aproveitar a fresca água do rio, entre elas eu.

Até cheguei a dar um mergulho no mar, mas a água estava tão quente, tão quente, que preferi retornar ao rio, onde a temperatura estava bem mais agradável. Por fim, todos acabaram indo para lá, onde ficamos algum tempo.

Rio de água verde e quente da Praia do Sono
Rio da Praia do Sono

Prosseguimos então com a travessia da Juatinga, fazendo antes uma pausa na última ducha da praia, onde tiramos o sal do corpo, colocamos nossas roupas, calçamos nossas botas, tomamos alguns litros de água e às 17:20 partimos rumo a Vila Oratório, onde chegamos já a noite, após 1h30min  de caminhada, percorrendo 4,5 km de trilha, finalizando, assim a nossa travessia.

Praia do Sono avistada da trilha ao entardecer
Praia do Sono

De Ponta Negra à Praia do Sono passamos por 5 pontos de água: 2 entre Galhetas e Antiguinhos,  1 entre Antigos e a Praia do Sono e 1 entre a Praia do Sono e a Vila Oratório.

Distância: 9,3 km
Tempo: 3 horas aproximadamente


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